Monday, January 07, 2008

de dezembros e vermelhos


O vermelho nasce árvore
em Madame Cézanne;
Põe tempos e passarinhos

Na aquarela da menina.
Os dedos não cabem os anos
No piano amarelo de pisar estrelas,
Salpicado de sonatas –

Um palhaço azul, Gabriel,
Sem asas, ensaia um vôo insano.
Abismos de sonhar escuros.
Medo da noite na azulada
Espera insone. Dormem,
Jambos suspensos como lâmpadas
Em árvore de Natal.

Perder a profundidade dos despenhadeiros,
Brancas teclas, nuvens negras,
Arco-íris desbotado – a luz
Dolorida nos anos das falanges.
Quando o deserto chega
Aos pés, andar paciente
Ao sul da alma como ampulheta
A regar as plantas no frêmito
Do universo.

Que dúvida tomar em tuas mãos...
Cair nos tons seriais dos edifícios,
Partindo os sonhos, recompô-los,
Desde o caos, os precipícios
Convidam-te ao infinito,
Sem cálculos, sem premissas.


Teus anos, a tarde consome
Do amanhecer a ausência.
No dia dos anos
Um vermelho deserda os caules -
Âncoras esguias, e instaura o vento como
Suporte.

No dia dos teus anos
Mistura-te
À rosa
Ao vento
À cor e ao precipício,
Sê matéria absoluta e singular,
Um Eu de cor e alma,
Sem limite.

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