Saturday, July 14, 2007

Espelho




Para o pasto de capim ondulante
Ajoelha-se um céu de azul sozinho.
Chora a cúpula esquecida à relva,
Em rios submersos de verbos líquidos.

Sem pés no chão, planto-me no vento,
Árvore entregue aos passarinhos.
Entre nós como um fauno de vidro
Imolado em solidão de cor e movimento,
Dias gelados residem-me o peito, esquecido.

Não vejo meus olhos, não quero vê-los
Abandono o olhar sobre as ondulações do tempo.
Espantalhos assustam a calma dos dedos,
Levam-me a alma sob desejo de maçãs.

Sobra meu corpo – esta cerca, árvore morta
Em algúrios de verde, noites, ventos.

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