Saturday, March 03, 2007

Melusina [II]



Iniciei-me na escola dos magos
Do penhasco imaginei nossas mãos
Que feitiço fazíamos...

Dissolvia nossos corpos
Valendo o mar nos cobrindo
Asas infinitas.

Absorvi tuas magias;
O soma, as somas
E a alma, um albatroz

Arrastando-se lento,
Asas de Baudelaire, úmidas
De vinho, um vôo alto

Chovendo vermelho sobre
Nossas borboletas cansadas
De sol. Entre pirilampos,

Máquinas de escrever,
registrávamos com mãos de seda
Nossa biografia.

Peremptório encantamento,
emoldurou o penhasco imberbe
Impediu-nos a queda, evitou-nos o salto,

Suplicou-nos pássaros.
Dentro da choça do tempo
Melusina tornou-se um lago.

Desaprendi porque magias
São chuvas; e porque chuvas caem
Em braços de lagos.

Úmido o leito de barro nos recolhe
Aprendiz de feiticeiro, outra vez
Saberia voar em tuas águas.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home

Free Website Counter
Free Counter